In Galician we don't say "No se podía saber", we say "Quem contava" and I think that's beautiful.
Mais de um semblante, onde scintillava talento, se toldou de nuvens...
Viagens na Galliza
I. F. Silveira da Mota (1889)

Do latim scintillare, escintilar (que significa brilhar) é umha palavra viva no galego que curiosamente o Priberam parece nom recolher.

Maiúsculas genuflexivas

Particularmente desagrada-me muito o hábito de intitular com Quase Cada Palavra Em Capital, o qual nom podo evitar perceber como decalque do inglês ainda que se tolere em português. Além disso em contornos académicos ou formais hai bastante tendência a abusar das maiúsculas iniciais em expressões alusivas a persoas, lugares, ... Contudo, na escrita atual muitas nom procedem.

Maiúsculas genuflexivas

Revisando um documento alheio redigido em espanhol comentava que, embora nom ter encontrado esta dúvida resolta na web da Fundeu, penso que nom se escreve Reino de Galicia. Escreve-se Reino Unido, ambas com maiúscula, porque é um nome próprio, o conjunto das duas palavras. Porém em reino de Navarra, reino de Galiza, reino de Castela... o topónimo é respetivamente Navarra, Galiza, Castela, que é o que leva a maiúscula. Reino é um substantivo, um nome comum normal e como tal vai em minúscula.

O DRAE di que se escreve com maiúscula a acepçom 2ª e entendo que se refere ao sentido religioso.
Depois pontualmente parece-me que se pode usar com maiúscula quando te referes a um concreto. Por exemplo quando em espanhol se escreve diputado del Reino, como nom se especifica qual reino é, porque se dá por sentado contextualmente, pois interpreto que vai como substituindo "reino de España".

Igualmente capitania ou ministro vam em minúscula. Hai essa inércia de pôr em maiúscula cargos mas eu n'o faria.

Presidente, gobernador, rey son sustantivos comunes, deben escribirse con minúscula inicial. Hay personas que escriben los cargos con mayúscula por respeto o por temor (algunos estudiosos han llamado a las mayúsculas que se ponen a esos cargos «mayúsculas genuflexivas»). En todo caso, lo procedente es escribir dichas palabras con minúscula.
Fonte

Quanto ao nosso idioma, é o mesmo: Os cargos não requerem o emprego de maiúscula inicial. Ninguém escreve «Sou Limpa-Chaminés», por exemplo. E não há nisto qualquer falta de respeito por essa profissão, também ninguém escreve «Fui ao Médico».
Fonte
Farelhões: escolhos ponteagudos, empinados a cima d'agua, uns continguos á terra, outros formando ilhetas, e por sua grandeza e perigo que perto d'elles correm os navios andão assignalados nas cartas maritimas.

(Do Diccionario dos synonymos... de Roquete)
Xira: comida, papança, papazana, pasto.

(Do Diccionario dos synonymos... de Roquete)

Diccionario dos synonymos poetico e de epithetos da lingua portugueza
J.-I.Roquete
José da Fonseca
(s. XIX)

40 filmes

Aí atrás falávamos dos filmes favoritos, nom só os que te impressionárom hai pouco senom de aqueles de que, especialmente, gostastes muito no seu momento. Porque a época em que se vê algo influi muito em como impacta (ou nom).

Eis os (uns) meus quarenta:

40 filmes

Estám co título no idioma em que vim cada película. De miúdos nom tínhamos escolha, agora em salas é praticamente o mesmo.
Contudo, gostei da dobragem espanhola que conhecim, a dos 60, 70 e até os 80. Daí em diante fum perdendo interesse ou gostando menos. Atualmente nem atendo mais do puramente inevitável.

A câmbio, a verdade é que celebro muitíssimo a cada ano que passa poder desfrutar crescentemente das versões originais, ainda mais estando legendadas em português, algo que é o habitual agora e que devemos a essa súper potência da língua galega ;) que é o Brasil.

O caso é que realmente nunca tería contado na minha vida com que no meio dos meus quarenta filmes preferidos houvesse um em galego, imaginas? um filme galego, ainda mais: corunhês.

E felizmente pode-se ver aqui, no À carta da TVG.

Isto é o que escrevim, emocionado, quando vim do cinema de ver Esquece Monelos.

Por suposto estas listas som só um pretexto para aplaudir e agradecer e sempre deixas fora títulos que adoras, maravilhas como esta...

40 filmes

e taaantas outras ao longo dos anos.

Contudo, até grosso modo se podem fazer algumhas contas básicas que pintam o panorama da influência dos pólos industriais-culturais na nossa experiência vital como espetadores/consumidores. Em procedência geográfica, por exemplo, além dessa única galega, a maioria, 26/40, som dos EUA (65%, e pouco me parece). Quantas fórom vistas em salas de cinema? Pois de 3 ou 4 nom estou certo, a memória já falha, mas diria que 14/40 (35%), e em ser só um terço agora, tem que influir por força o passo do tempo e a mudança de hábitos de consumo.

Idiomas falados?
    Todas fórom experimentadas primeiramente com áudio em espanhol salvo:
  • sete em inglês
  • três em francês
  • umha em
    • sueco
    • italiano
    • japonês
    • galego
Exemplos de vocabulário de construçom (ainda mais precisamente, instalaçom doméstica ou bricolagem) que usamos de cote em espanhol. Estou vendo como se chamam, ainda que variarám por zonas e usos:

des(a)tornillador (DRAE): chave de parafusos https://pt.wikipedia.org/wiki/Chave_de_parafusos



Em imagens de aparelhos elétricos coincide atornillador .es com parafusadeira .pt





enchufe .es é tomada .pt

Em .es tamém se usa toma (eléctrica)

alcayata (DRAE, na acepçom de escarpia .es)
DRAG di alcaiata
mas esta última tem outro significado no Priberam
Wordreference di: gancho .pt

tojino (acepçom em e.g. https://tienda.gruponoguerol.com/es/2536-tojinos-plastico nom está no DRAE mas sim se usa)
no DRAE é https://dle.rae.es/?w=taco (14)

Parece que no Brasil lhe chamam bucha, âncora de plástico, etc.






em espanhol (DRAE)em português (Priberam)
clavos *pregos
bisagrab/visagra, missagra, dobradiça
taladroberbequim, furadeira **




* só é cravo (como a flor) em https://dicionario.priberam.org/cravo (1) ferradura, (2) cruz de suplício e (9) encadernaçom de livros.

** e brocas é igual em português que em espanhol.

O estranho sistema de acentuaçom verbal da RAG

... fai que tenha que recorrer ao opentrad (obrigado) para repassar/confirmar que:

a [ pÚnhamos ].pt corresponde [ puñamos ].gal

(isto lembrava-o)

mas a [ pÚnhamo-los ].pt corresponde [ puñÁmolos (*) ].gal

Nós nom pronunciamos como (*) e fai-se raro o acento aí.

Analogamente, som:

baldeirabamos ; baldeirabÁmolas <- como dita a RAG

baldeirÁvamos ; baldeirÁvamo-las <- como pronunciamos nós

(NB: no léxico português internacional é comum esvaziar; DRAG e Estraviz recolhem a forma galega baleirar e adicionalmente a variante que usamos nós, baldeirar; o Priberam, nem com b nem com v)

Realmente é umha estratégia péssima combinar verbo e pronome átono sem os separar, como no português, mediante o traço.

Na escrita lusa encontramos consistência na acentuaçom gráfica (púnhamos, púnhamo-los) enquanto a da RAG varia por mor do número de sílabas que consideram da mesma palavra (puñamos; puñámolos).

Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala

Em Ferrol ou Vigo, por exemplo, fala-se menos galego que na Corunha mas é esta a que leva a pior fama nesse sentido.

2014:


Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala

Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala

2019:


Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala
Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala


2022:


Nom sei se se deve estabelecer o 18 de maio, após as Letras, como a jornada oficial da corunhofobia, mas rapaz, que dia che levamos!

Desde hai tempo temos bem calhado esse perfil tam comum de galleguistas que odian La Coruña e os coitados e coitadas n'o dam superado.

Umha cousa é teres orgulho da tua localidade, rivalidades desportivas ou o que che pete mas acusar determinado lugar que aborreces de ser o único ou principal culpável do pecado original de que o galego esteja em minoria nos contornos urbanos... é estar simplesmente nas verças.

Linguisticamente é o país o que tem esse problema; Corunha que achante coa sua parte... e os demais coa sua. O contrário é morar em casas de cristal e arrebolar-lhe pedras aos demais.
(O mesmo outros clichés: que pensas, que nom hai nenos pera ou senhoritos noutros lados? Pouca gente de dinheiro conheces nas outras seis grandes cidades, já cho digo...)

Pois hoje passárom um par de cousas simpáticas. A primeira na cara: almorçares com boutades dum perfil anónimo que, como outros testemunhos tremendamente traumatizados, disque morou X anos na urbe brigantina e o levou fatal polo tratamento ao idioma. Um clássico de O'Internet!

Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala

Para dizer o contrário do que pretende alegar... dá cinco exemplos do contrário! Irrisório.

Contudo vamos conceder que a experiência de cada quem é isso, persoal, entom nada que alegar. Eu poderia-vos falar das minhas em Compostela ou em Vigo mas vamos deixar lá porque -precisamente!- nom se trata disso.

O problema é quando começas a projetar as tuas fobias como se fossem verdades sociológicas cientificamente irrefutáveis. Porque além de serem mentira, estás promovendo, oh surprise, o ódio. Sim, assim de clarinho vo-lo hai que dizer, quando categorizais determinada localidade dum jeito monolítico nom só demostrais que, para serdes self-proclaimed nacionalistas nom entendeis um caralho, senom que sodes uns ignorantes e tendes tantos prejuízos como um maldito racista. É isso. Simples. Os mesminhos.

Entom à tarde descobres que um fulano com posto em entidade de simbólica relevância na mais vetusta e convencional cultura galaica™ tem a santa moral de replicar outro recadinho de idéntica natureza:

Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala

De verdade que hai que ter bem poucas luzes -se é que algumha- para promover esta classe de mensagens como se fossem representativas da Corunha, eh. E inda mais lamentável que as referende alguém que disque tenha algo a ver coa cultura, e a cultura galega, nada menos...!

Tendes péssima sorte com que vos cruzais, ho, que quem levamos aqui meio século nom podemos contar tantas historias de terror, dessas que a mim me lembram incidentalmente outro clássico, "Fui a Cataluña y me hablaron en catalán".

Atitude fantástica promover esta ideologia, aliás, para remarmos todos juntos, nom sim?

Toootal, que para feliz casualidade resulta que justo hoje se volta a publicar isto...

Nom, Corunha nom é a cidade galega em que menos galego se fala

Oxalá enquisas próximas permitam dar nos focinhos aos pesados e pesadas para que nos deixem em paz. No entanto, podemos jogar cos dados que temos.

Que nom nos falte o humor para aturar tanto hate.
Cada vez que penso que as edições em português estám vetadas nas bibliotecas galegas quando tinham que ser de uso cotiám... boto as mãos à cabeça. O potencial que temos aí -mesmo que um persoalmente use a ortografia espanhola- só pode renunciar a el um povo totalmente alienado.

Assumimos que seria demencial nom ter CDs de Caetano Veloso na sala multimídia por mor do idioma mas em ensaio, narrativa, BD...? Um idioma que até persoas nom formadas, crianças de primária, etc, podem compreender praticamente sem dificuldade nengumha.
Nom tem lógica. Devia haver mínimo de obras: de referência ou quando o autor é lusófono, p. ex. é absurdo nom ter Pessoa, Saramago, etc. em versom original nas bibliotecas galegas.
Perguntei donde podia vir Gatinheira como topónimo, se seria polo gatinheiro mas aparentemente nom é por este passaro (Certhia brachydactyla, vulgo tamém trepadeira comum) senom, dacordo co que me citam de Xosé Vidal Pérez em Catalogación toponímica do concello de Laxe, monte onde abunda o toxo gateño (Ulex nanus), do que me dim por outra parte: mato gateño é toxo baixiño espeso e de tronco e espiña delgados.
Mauro é um gigante. O seu espanhol sempre foi excelente, a pena é nom termos normalizado que a sua língua materna é a mesma que a nossa.

Nom tenho trato com portugueses e portuguesas na cidade, sim com brasileiros e brasileiras e todo o meu contato coa comunidade deixa-me impressionado: nunca me dam umha palavra que nom seja em castelhano. Este dia umha persoa coa que estava combinando riu porque ao tempo que ela dizia miércoles eu dixem quarta-feira (nós pronunciamos /korta/)...
O mundo ao revês!

PS: nunca me passou com turistas de Portugal mas sim do Brasil, na Corunha e Compostela, perguntarem indicações na rua, eu responder e eles: você é brasileiro, né?
Umha das cousas mais maravilhosas da língua espanhola (e parte do seu perigo para nós pola substituiçom léxica via cultura popular) é a capacidade de gerar vocabulário a prova de barbarismos.

Quando tens contato cotiám com meios francófonos ou italianos vês o invadidos que estám do inglês: killer, weekend, blackout, dealer... O português nom está a salvo mas safa-se bastante bem: assassino, fimde, apagom, ... mas oh, passador nom tem a graça do camelo castelhano.

Incidentalmente, quem trabalheis com línguas esse Dicionário informal brasileiro é tam útil como o Priberam, o Estraviz e, a nível galego, o Dicionário de dicionários da Universidade de Vigo. Recomendo muito.

PS.- Só hoje na capa dum conhecido diário italiano:
question time
no fly zone
blackout
t-shirt
green pass
OK
(interventi) "awake"
posh
UK
(dose) booster
followers

"Desgraciadamente al entrar yo, se ponían a hablar todos en castellano"

"Desgraciadamente al entrar yo, se ponían a hablar todos en castellano"
No galego de hoje da Corásmia (umha regiom asiática) poderia ser umha expressom anacrónica para a palavra que conhecemos como algoritmo.

Espera, que?



Recapitulemos, de onde vem algoritmo? Nom é que seja referência para nós mas por caso a RAE afirma que talvez proceda do árabe clásico ḥisābu lḡubār i. e. cálculo mediante cifras arábigas.

Porém tanto um Online Etymology Dictionary como a Wikipedia em inglês (por favor nunca fagais demasiado caso à Wiki em espanhol) dam outra explicaçom, partindo dumha regiom do atual Uzbequistám.


Ver mapa maior

...a conta do senhor محمد بن موسی خوارزمی (Muḥammad ibn Mūsā al-Khwārizmī), um celebérrimo matemático persa, pai da álgebra, astrónomo, bibliotecário chefe da Casa da Sabedoria em Bagdade, atual Irã... (quase nada!)

Da latinizaçom do gentílico no final do seu nome (al-Khwārizmī) como nativo da Corásmia é donde surge -muitas variações mediante- a forma atual algoritmo.

Curiosamente tem a mesma etimologia algarismo = 0, 1, 2... 9, cada um dos símbolos usados para a representaçom de um número.

A diferença do DRAE o Priberam sim vincula por etimologia as duas palavras ao matemático do s. IX
https://dicionario.priberam.org/algarismo
https://dicionario.priberam.org/algoritmo