
Em BD, igual que em música, o conceito pleasure nunca o qualifico, nem o deixo de qualificar, de guilty. A verdade, esta falta de prejuízos tem-me resultado sempre positiva. Sabia que Larry Hama era bom já quando o lia em G. I. Joe e depois deu-nos joias inesquecíveis como Wolverine ou Nth Man, the ultimate ninja. Sabia que Greg Capullo era bom quando o lia em Spawn e agora temo-lo a um grandíssimo nível em Batman. O serial francês Last man, precedido pelo amplo sucesso de Bastien Vivès desde os quadrinhos independentes/contemporâneos enquadro-o na minha experiência leitora com aqueles G. I. Joe e Spawn. Porque é exatamente o que parece e o que promete ser: um título 100% comercial, planificado e desenhado para vender papel a eito. E cumpre de sobra os seus objetivos de espetáculo vigoréxico, entretimento visual (fêmeas gostosas incluídas) e romance de telenovela barata.
Agora tenho curiosidade por ver se Vivès continuará com obras de autor como a sua magistral Polina ou pelo contrário a BD comercial, como este manga, primará na sua produção de aqui em adiante. De um jeito ou outro, estamos diante dum dos grandes nomes atuais da BD europeia (nascido nos 80s), dos poucos nomes autorais com capacidade para tomar o relevo no olimpo de supervendas ‘precedentes’ como Trondheim (que é dos 60s) ou Sfar (dos 70s).
Nom hai trampa nem cartom. Dá o que promete dar. Se te criastes com Son Goku e erguestes a celha com esse WTF intitulado O gosto do cloro aqui tens o que pode sair dos dous. Puro manganime franchute. Vivès fai o que lhe peta. Conto com comprar o seguinte.