Deitado na cama um fulano rói nos miolos enquanto a sua parelha dorme ao lado. 200 páginas. Simplificando muito.
Kevin Huizenga é capaz de algo inusual: fazer BD de qualidade que ao mesmo tempo pode por momentos resultar inaturável.
Embora ser do ano passado já hai quem vende o seu exemplar deste livro ao -33% de PVP, nom estranha porque pode pôr no límite a paciência do leitor inadvertido.
Fora disso, o autor desenha bonito (conjeturo que inspirado nos mestres fundadores dos comic strips dos EUA dum século atrás) e narra/compom -aqui nom hai distinçom- nas suas páginas permanentemente explorando e ampliando as possibilidades da linguagem da nona arte, um logro que nom está ao alcance de qualquer.
Acho que nom lia nada de Huizenga desde 2008 -já choveu: Maldiciones (La Cúpula)- e diria que desde entom tanto os seus defeitos como as suas virtudes, na sua análise do espaço-tempo/a existência/o trascendente/o macro desde o intimismo/doméstico/o micro, só se têm enfatizado.
Um caso realmente atípico.
Talvez só apto para iniciadxs (?).


Ainda que nom tem nada de original (daí que nem vaia ler o segundo número), deixa-se ler. Contudo surpreende-me o acabado fanzineiro do produto, pensava que Image só acolhia obras com fatura totalmente profissional e esta -para mim particularmente- nom a tem.


Espetáculo circense digno dos trasnos de terceira de Inferno às ordens de Arcade. É verdade que já o reconhecem da parte autoral (ou editorial?) classificando-o explicitamente como eXploitation (décadas atrás teriam etiquetado como X-ploitation, com certeza) mas que cousa mais banal. Penso em como estas protagonistas na era Claremont tinham alma e agora parecem simplesmente estúpidas. Nom digo que haja que escrever os personagens como el, nem como o faria Morrisom na sua fase nem como Hickman na atual (cujo conceito de mutantes em mutantelândia me interessa zero) mas eu particularmente algo mais pediria.


Com Tillie Walden passa-me o que com quase nengumha assinatura na BD, a metade da sua obra aborreço-a e a outra adoro-a. Se nom esqueço nada lim -sempre traducidas para castelhano por La Cúpula- "El final del verano", "¿Me estás escuchando?", "En un rayo de sol" (vol. I) e "Piruetas". As duas primeiras resultárom-me pesadíssimas e de nulo interesse, enquanto que as duas últimas as achei fresquíssimas, persoais e memoráveis.
Estou vendo agora a cronologia por primeira vez e resulta que "Spinning" e "On a sunbeam" som de 2017-18, "The end of summer" de 2015 (debut, o qual justifica certas cousas) e -infelizmente- "Are you listening?" de 2020.
Para este ano a editora barcelonesa prepara um compilatório de histórias curtas de quando esta talentosa autora era (ainda mais!) nova.