Obra que data de 1969-70, algo irregular mas da que gostei muitíssimo. Estruturada episodicamente como a minha favorita do autor, Black Jack, soma catorze relatos principalmente independentes que nom obstante mantêm como fio condutor a protagonista, capaz de adotar a apariência de quem quiger, e um coprotagonista que exerce de chefe dela. Um dos trabalhos de Tezuka que mais desfrutei apesar de provavelmente nom ser dos seus melhores.


Sempre me tem parecido difícil desenhar BD com um estilo "realista" (muito mais se "fotográfico") sem que o resultado se limite a aparentar um decalque e morra no estatismo do intento. O autor desta adaptaçom logra um estranho equilíbrio entre um jeito próximo disso e a fluidez que a narrativa sequencial requer: o encadeado polo qual os personagens som únicos frente aos demais, reconhecíveis entre vinhetas segundo as suas facções e constituiçom (para mais num relato como este, em que os corpos som tam presentes), a expressividade facial, junto à capacidade de síntese gráfica e o logro dum estilo global. O feito de que a técnica neste caso seja apenas lapis com cores planas (digitais?) por riba, chama-me muito a atençom. O desenho de personagens é sólido, tem muito de cânones cinematográficos e em certa maneira remite-nos a autores da velha escola como Bernet e outros. Ademais a estética à la Riviera francesa dos 50-60 está mui lograda. Em sumário, muitas cousas no desenho de Frédéric Rébéna para mim contam-se por atinos e nom comete os erros que temeria por mor do grafismo de partida.
O álbum, que argumentalmente explora o hedonismo dum tándem pai-filha a partir da novela homónima, conta a história que quer contar com um ritmo ajeitado. Como nom lim a obra primeira nom sei se no final aquela termina igual que esta BD, com umha frase-epílogo, um chocante punch line digno doutro género. Suponho que vem, como contraponto às lágrimas (de crocodilo?) precedentes, enfatizar a amoralidade de personagens aos que nom lhes falta de nada (salvo um pau polo lombo).
Editorialmente esta tendência atual pola qual se levam à nona arte tantos livros -mais ou menos conhecidos- nom sei se aporta algo substancial (além de fundo de catálogo para os grandes selos importadores como Norma ou Planeta), mas haverá que assumi-lo como parte da perene trasferência entre meios e do jogo artístico-comercial.


Já é raro que nada em manga comercial me diga algo, contudo gostei do desenho de Etsuko (do interior, a capa parece-me horripilante: os efeitos das cores e o desenho gráfico em geral). Nom som target precisamente para o BL e nom sei como de normal é isto mas o do menor, estudante de liceu, co adulto universitário à la amor platónico mesturado com ingenuidade e inocência o único que me deu foi bastante grima. Cringe, disque lhe dim agora.


Umha cousa é o que se vê que quer vender um produto (mulher entrando na primeira maturidade à que se lhe passa o arroz tem umha bizarra oportunidade de experimentar algo novo) e outro o pouso ideológico que deixa: o primeiro volume pareceu-me de um regrógrado brutal, imagino que porque até no s. XXI Japom é umha sociedade tremendamente machista, mas mesmo assim... que nom contem comigo para o n.º 2.