Magistral.


Singelamente perfeito. O melhor comic-book unitário que lim em bastante tempo.


Comprara este nº124 chamado pola capa, que me pareceu magnífica, mas dentro levava ademais um tesourinho. Dessas histórias que um lembra.


Gostaria de saber se teria que dar os meus parabéns especialmente a Arcudi polo argumento singelo e sobérbio, mas que vaiam para todos os implicados, do editor ao colorista.

Eu, que sempre valorara a consistência argumental das séries americanas que seguia, comecei também a finais dos 90 a molestar-me com o corsé que supunha a tão cacarejada continuidade na sua interpretação mais maníaca, em contraste com a liberdade naïf da que, nas chamadas Era Dourada e De prata da BD estado-unidense, gozaram os autores.

Lendo Whatever happened to the Man of Tomorrow? pensei que o feito de ser tão infrequente aquilo que Alan Moore como escritor e Julie Schwartz como editor lograram era um mal sintoma para os quadrinhos e que, se o preço da continuidade era tão alto, talvez não compensasse pagá-lo. Ainda há uns dias comentava com alguém o lamentável que me pareciam todos os reinícios das premissas fundamentais dos personagens de DC, pelos quais os chefes desta casa tentavam casá-los a posteriori, quando as suas origens eram opostas ao esquema da sua grande competidora: noutras palavras, Marvel fora concebida como um universo coerente a priori, mas o encanto a DC eu encontrava-lho precisamente em ser uma suma de figuras estranhas entre si; e que, se por tentar metê-las numa única moldura perdiam a sua graça, a mim não me parecia que esse fosse o caminho ajeitado. O caso é que se impunha o modelo marvelita de mundo interrelacionado e à teima não lhe ajudava rem vir acompanhada por esse fenómeno de leitores obcecados com a consistência, aos que lhes ia a vida em contrastar feitos fictícios narrados mesmo com décadas de separação e por criadores que nem se conheceram entre si. Total, que DC queria ser Marvel só que cos seus próprios personagens. Sigh. Não sei vós, mas eu hai muitos anos que deixei de tentar entender tanto sarilho de realidades alternativas e bla bla bla. Vês um caso como o de Hawkman e tudo são risos: que trapalhada tentando enquadrar o absurdo. Se temos uma baralha infinita daquela a que vem tentar limitar o jogo? Para isso, prefiro a atitude cómica de Chris Claremont na saga “Cross-Time Caper” da coleção Excalibur. Porque todas as histórias narradas som imaginárias. Som inventadas. Não som umas realidade e as outras fictícias. (Olá? Há alguém em casa?) Nenguma é realidade. Aí está a graça.


Por isso precisamente me pareceu irrisório ver que no final do primeiro volume compilatório de Fear Agent -entretido, mas que se pode perfeitamente esquecer- se incluíam uma seleção de relatos breves, dos quais alguns se assinalavam como cânon (sic) e outros como não cânon. Primeiro, pareceu-me uma cousa fora de lugar porque não lhe concedo ao título nem a entidade nem a qualidade para andar com essas parvadinhas mexeriqueiras do que corresponde à “linha argumental oficialmente sancionada” em contraste co que som “interpretações livres”. Segundo, porque insisto na ideia, todas som histórias inventadas. E se começamos a sacrificar a invenção por uma coerência matemática estaremos errando o tiro. Isto não é uma ciência exacta. É arte e entretimento. Se o teu sentido do lazer te leva a considerar a continuidade como algo sagrado, eu respeito-o, mas penso que deveríamos relaxar-nos algo mais. Desfrutar sem tomar determinadas cousas demasiado a sério. Resulta-me penoso quando vejo que diante de todo o marasmo de histórias criadas arredor de Star Wars durante trinta anos, daria para uma tese de doutoramento a segregação delas em cânon e não (por favor, cinco níveis de cânones? Estais fodidos do telhado).


Nunca lhe fixem muito caso às BDs da Guerra das Estrelas mas aprecio por igual a maravilha classicista de Archie Goodwin e Al Williamson que a trilogia cinematográfica original e dá-me igual se há contradições entre uma cousa e a outra. Vem ao caso a prancha reproduzida supra porque o que Williamson desenhava tinha o feeling dos filmes, em quanto pelo contrário outros comics velhos da Marvel -como o mostrado- eram uma ida de cachola importante, mesmo no apartado visual. Mi madrinha querida: Chewbacca semelha um entrudinho, um porteiro de discoteca disfarçado, olha que cara, olha que cuaço peludo. E ainda assim adoro essas BDs de terceira -dito com carinho-, absurdas e desobedientes. E nem Sam George Lucas me convencerá de que valem menos que, por dizer algo, os Episódios I a III juntos.


Por mui cânon que aqueles sejam.

Primeiro contato pontual co Bureau depois de deixá-lo coa despedida do meu reverenciado Guy Davis. Nom lembro se o comprei polo desenhador (quase o único autor junto a Timothy Truman que conseguiu que comprasse um Conan) mas o caso é que pilhado descontextualizado nom é gram cousa… Estamos cheios de ver Nova Iorque tomada por toda classe de conflitos (veu-me à cabeza a DMZ) e os demoníacos nom faltam (Inferno já foi nos 80). O tom da série mudou, e nom sei até que ponto trocou o seu “estado mental” ao passar à numeraçom seguida -entendo que foi na altura do número cem-. Das séries limitadas a umha aberta… preocupa-me que rebentada já a burbulha da hecatombe planetária se perdesse a inocência das entregas autoconclussivas e dos mistérios que se entrelaçavam co “mundo normal” a câmbio dum status quo completamente novo e condicionado: o tantas vezes visto postapocalíptico. Nom sei se será assim, nem se terá retorno, mas nom gosto tanto deste Akira como da época do Davis, que me pareceu sobérbia. Talvez Mignola e Arcudi nom puidessem pospor mais o grande conflito, mas se tenho que escolher prefiro um X-Files clássico do “monstro da semana” que mais outro Armageddon / Cloverfield / etc.