Adorei.

Pode nom ser a obra mais completa do autor, nem tecnicamente a mais notável, mas esta coleçom de relatos autobiográficos ambientados no Japom no final da Segunda Guerra Mundial e no imediato pós-guerra tem um encanto incomparável, apesar da amargura e das desgraças que retrata. Som experiências mui intensas que Tezuka ilustra co coraçom nas mãos. Altamente recomendável.

Contudo, quem for responsável polo desenho de livros no grupo Planeta era pouco acabar na cadeia. Que atentado, Senhor, que atentado.


Ambientaçom, personagens, argumento, diálogos, reviravoltas na trama... tem-no tudo. Nom vou estender-me na descriçom de Fóra de mapa, abrevio dizendo que é a minha BD galega favorita junto com A carreta do diaño de Fernando Llorente. Nom me lembro neste momento de nengumha obra, feita em qualquer tempo e de assinatura pátria -nem sequer das mais promocionadas polos meios-, que prefira a ambas.

Fóra de mapa é umha obra prima digna de estar publicada em numerosos idiomas, ganhadora dum concurso galego, é verdade, mas que devia ter muitíssimo mais reconhecimento. De ter sido lançada dum mercado poderoso como o francês com certeza teria um eco mais ajustado ao seu merecimento. Nom tem nada a invejar a multipremiados éxitos recentes como Pele de homem (eu de facto anteponho de longe o título de Emilio Fonseca).

Vid recensões de Eduardo Maroño, Fátima Ameijeiras, etc.


Adorei.

Quando saiu a sua BD sobre os atentados ao Charlie Hebdo nom tivem humor para ler (talvez algum dia); nom relacionei ao apanhar este e assim comecei a ler sem saber quem era a autora. Foi o meu primeito contato coa sua assinatura e considero é realmente umha criadora sobresaliente, crítica e subtil, abençoada para o humor, capaz do poético e do cómico, de abranger a magnificência (a cultura, a natureza) mas tamém o anedótico (as pequenas memórias familiares ou da infância).

Aliás, eu estudei engenharia, nada mais longe de história da arte, por isso nem todas as referências pictóricas -e nom só- as colho, mas no final da ediçom (original, na da imagem traduzida para espanhol) vai umha página a jeito de índice de referências para quem quiger pescudar mais ou conhecer os trabalhos artísticos em que ela inspirou momentos desta sua brilhante crónica autobiográfica.

Umha das minhas melhores leituras desta temporada.


Décadas depois re-leio. Como pudem saltar, sem guia de ninguém que lembre, de Lucky Luke ou Astérix a isto, com aqueles onze anos ou assim, nem me explico. Lembro ter descoberto sentado entre os estantes da livraria em Rubine, lendo sozinho, impactado. Gravada a lume a história do vulto no pé. Ou a emoçom do relato em que o irmão de Carlines vem desde a cidade de bicicleta, 20 km, para vê-lo.

A memória do fascismo nom é ver um filme bélico dos EUA. É isto.

Para começar na BD

Bom momento para quem quiger conhecer a banda desenhada em livrarias especializadas da Corunha como Alita ou Metrópolis, tamém presentes em Vila Garcia, Ferrol ou Compostela.

Para começar na BD

Supra: dous títulos destacados dos EUA (esquerda), dous japoneses (direita).

Tenho em rústica Devil Dinosaur da Marvel, ótima, mas essa de Panini España em tapa dura é basicamente a mesma ediçom, obviamente traduzida. Os outros três títulos tamém passados para castelhano, ao igual que este outro infra, dos meus favoritos de sempre, do qual além da ediçom francesa original nos volumes 4-5 tenho em português os 1 a 3. BD publicada em Portugal pode-se encomendar na livraria Suévia.

Para começar na BD

Outro clássico estadounidense, ediçom original em inglês, rústica, em duas partes. Graças a Rinoceronte tende-lo tamém em galego.

Para começar na BD

A editora canguesa tem umha boa escolma de títulos de novela gráfica internacional em galego, estes dous dos meus preferidos:

Para começar na BD

Além das especializadas hai boas livrarias na cidade como Azeta, Moito Conto, ... fareis-lhe gasto a elas e nom às grandes áreas comerciais. Quanto às livrarias de velho, recomendamos o Fiandón e a Tobeira de Oça.

A guerra nos cómics

Nom tenho nada de experiência na revisom por pares mas meio contribuim a umha peer review hai pouco, que tratava sobre a banda desenhada como ferramenta para a análise de conflitos bélicos em retrospetiva histórico-pedagógica. Nom considero que aportasse muito, ao desconhecer os títulos analisados, nom publicados em nengum idioma que eu saiba ler, mas chamou-me a atençom que nas conclussões do escrito se considerasse a BD como suscetível à manipulaçom e distorçom ideológica no seu reflexo das guerras do século passado. Como se qualquer arte, nomeadamente o cine e a literatura, ou qualquer tipo de suporte comunicacional, como os ensaios, nom fossem presa dos sesgos políticos mais burdos ao refletirem os atores e eventos da guerra. Lembrei-me de várias obras que demostram que a BD pode nom só desmitificar senom abordá-las com claridade, sentido comum e nulo chauvinismo. Umha delas é 総員玉砕せよ! do mestre Mizuki, editada em inglês (Onward towards our noble deaths), espanhol (Operación muerte), francês (Operation mort) e italiano (Verso una nobile morte).

A guerra nos cómics
A guerra nos cómics

Astiberri, a editora em castelhano, fai este sumário do argumento: Shigeru Mizuki, con una acritud desconocida en él, pasa factura a la Segunda Guerra Mundial y, más concretamente, a la práctica del gyokusai (literalmente, “atacar hasta morir con dignidad”), un eufemismo para evitar decir crudamente lo que era: una ofensiva en la que todos los atacantes debían morir. Hábilmente, y sin caer en la caricatura, Mizuki describe el repugnante desprecio por la vida humana del mando militar nipón. Sin razón válida o sentido estratégico alguno, los jóvenes soldados eran enviados a la muerte con la expresa prohibición de volver vivos bajo pena de ejecución.

É umha obra valiosíssima, para mim por riba até da extensa e maravilhosa autobiografia do creador do clássico Ge ge ge no Kitaro, e só comparável no meu critério coa sua obra mestra Non Non Ba.

Outro trabalho que, inesperadamente este, trata a guerra dum ponto de vista totalmente apatriótico é Mi vida en barco (título espanhol de Gallo Nero). Na parte final deste extenso livro (624 páginas) que ainda acabei de ler ontem, Tadao Tsuge, sem advertência prévia, trata o papel do Japom na II Guerra Mundial, em dous capítulos mui avançados da obra (o volume tem 38 episódios). E fai-no com umha naturalidade pasmosa: um grupinho de velhos falando, simplesmente, isso é tudo. Com sinceridade os homens intercambiam lembranças e impressões que distam muito de narrativas imperialistas e etnocéntricas.

Som apenas dous exemplos do poder que tem a BD para enfrontar questões complexas sem cair na trampa do partidismo nacional e retam a afirmaçom que motivava este meu comentário em primeiro lugar.

Feliz 60º aniversário a Naoki Urasawa

Feliz 60º aniversário a Naoki Urasawa

Famoso por tantos títulos, eu agradeço-lhe especialmente esta adorável obra menor.

Feliz 60º aniversário a Naoki Urasawa

A série de anime de Yawara! (o título original) emitiu-se no Xabarín Club da TVG mas nom damos encontrado a música.

Dizia Ginger, seica nom és feliz / a tua vida é o judo / ...

Na Wikipédia em galego hai mais informaçom da série.

O manga original, editado só em catalám, ganhou hai trinta anos o prémio Shogakukan. O autor nom quijo que se publicasse em outro idioma ocidental porque o considerava de pouca qualidade.